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Como foi participar da Agile Games Conference nos EUA – Parte 1

Nos dias 8, 9 e 10 de abril, tive a oportunidade de participar da décima edição de um evento chamado Agile Games nos Estados Unidos. As ideias e temas apresentados foram bem interessantes e tenho a intenção de escrever uma série de blog posts contando mais detalhes sobre o evento e os principais insights que eu tive. Nesta primeira parte, apresentarei o evento e contarei como foi o primeiro keynote.


O Evento

Agile Games é um evento anual organizado pela comunidade Agile New England. Esta edição, que aconteceu no escritório da Microsoft em Burlington, MA, contou com aproximadamente 250 participantes, desde Scrum Masters, coaches, pessoas desenvolvedoras, gestoras e até mesmo executivas. O conteúdo do evento e as discussões tiveram como foco melhorar a agilidade no ambiente de trabalho utilizando jogos e atividades lúdicas para guiar o processo.

Com exceção das sessões de keynotes, haviam sempre 4 salas com sessões acontecendo ao mesmo tempo. Eu participei do evento com dois colegas de trabalho, Matt Takane (US) e Tim Beattie (UK), e em vários momentos nos dividimos para conseguirmos participar de sessões diferentes e compartilhar o conteúdo depois.

Matt Takane, Tim Beattie e Mary Provinciatto na Agile Games Conference


Conference Kickoff

Agile Games Conference – Kickoff Day 1

Na sessão de kickoff foram apresentados os acordos que seriam utilizados como referência durante todas as sessões do evento:

  • Seja gentil e profissional
  • Busque aprender com outras pessoas
  • É ok passar a vez – caso a pessoa não se sinta à vontade para compartilhar ou participar de alguma atividade
  • Fique atenta ao tempo – permita que outras pessoas compartilhem
  • Fique atenta as mãos levantadas


Keynote: Using Games to Enable High Performance Teams

O keynote de abertura foi o Jason Tice, que falou sobre como podemos utilizar jogos para termos equipes de alta performance.

Jason apresentou dois jogos, um para iniciar conversas e outro para construir confiança. Focarei somente no segundo, pois foi o que me despertou maior interesse.

Os objetivos do jogo eram:

  • Desenvolver confiança entre membros do time contando histórias sobre experiências anteriores.
  • Aumentar ainda mais a confiança ao escutar e oferecer apreciação as outras pessoas pelo que compartilharam.
  • Refletir, entender como você está se sentindo e o que aprendeu sobre você mesma ao compartilhar com outras pessoas.


O primeiro passo foi jogar dois dados e a soma dos números determinava o tema da história. Alguns temas entre os 11 sugeridos: uma situação em que você cometeu um erro, uma vez que foi reconhecida, uma situação em que uma gestora ou colega de trabalho te deixou nervosa, um excelente dia de trabalho, algo que te inspirou, algo fora do trabalho que te deixa feliz, entre outros. Você pode criar seus próprios temas.

O segundo passo foi jogar story cubes para criação de metáforas na história. Essas metáforas deveriam considerar as imagens dos story cubes.

Story Cubes


O próximo passo foi contar uma breve história com o tema sugerido usando metáforas inspiradas nos story cubes. Enquanto uma pessoa contava a história, todas as outras escutavam atentamente, sem usar o celular, checar e-mails ou fazer qualquer outra atividade.

Quando alguém terminava de contar a história, as outras pessoas do grupo respondiam demonstrando apreciação pelo que foi compartilhado. Foi dado um tempo após a história para que as pessoas se preparassem para o feedback, ou seja, não era necessário ficar pensando no que dizer enquanto outra pessoa falava. Uma opção para essa etapa é escrever o feedback em post-it para entregar para pessoa que contou a história. Dessa forma, a pessoa pode usar as anotações para reflexões futuras. Na etapa de apreciação, as pessoas também podiam usar os story cubes para criarem metáforas e tornar a conversa mais lúdica.

Cada pessoa da mesa passou por todos os passos e compartilhou uma história pessoal, o que aproximou o grupo desde o início do evento e ajudou a estabelecer confiança. No caso de times, Jason recomendou que a pessoa no papel de liderança comece compartilhando para ajudar a estabelecer um ambiente seguro.

A etapa final é refletir individualmente sobre o que foi oferecido como apreciação após contar a sua história. Eu fiquei surpresa pelos feedbacks que recebi após contar a minha. Me senti verdadeiramente reconhecida e pude notar pontos sobre aquela situação especifica que não tinha observado antes, o que me gerou uma reflexão muito positiva, além de me ajudar a trabalhar o auto reconhecimento.

Principais insights da palestra:

  1. Conheça as pessoas
  2. Estabeleça relevância para o trabalho
  3. Permita que as pessoas se auto avaliem
  4. Estar aberto/ser vulnerável requer prática
  5. Alta confiança gera alta performance
  6. Apreciar outras pessoas aumenta a motivação intrínseca (sua e dos outros)


Dos 6 pontos citados acima, o item 4 (estar aberto/ser vulnerável requer prática), foi o que eu realmente pude notar e exercitar com este jogo e algo que acredito ser um grande desafio em nosso dia a dia.

Outro insight que tive durante a palestra do Jason foi sobre como temos o poder de escolher como nos apresentamos e como apresentamos as informações. Estamos acostumadas a utilizar slides e fazer reuniões em formatos mais tradicionais, mas existem diversas outras formas de conduzirmos uma conversa, uma reunião ou uma apresentação. Podemos ser mais criativas para instigar a criatividade e engajamento das outras pessoas.

Este foi só o início do primeiro dia do evento e nos próximos posts contarei mais sobre como foram as outras sessões e diversos outros insights que tive ao participar do evento.

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